RESUMO Objetivo: O tratamento de fístulas anais é considerado um desafio devido à natureza diversa dessa doença e suas incontáveis complicações. O procedimento de ligadura do trato da fístula interesfincteriana e suas modificações foi popularizado entre cirurgiões em todo o mundo devido a sua simplicidade e desfechos promissores. O principal objetivo deste artigo foi conduzir uma revisão abrangente da literatura publicada sobre o procedimento de ligadura do trato da fístula interesfincteriana e suas modificações. Método: as bases de dados PubMed, Cochrane e Ovid foram pesquisadas de janeiro de 2007 a junho de 2017. Estudos publicados com revisão por pares que aplicaram o procedimento de ligadura do trato da fístula interesfincteriana e suas modificações para o tratamento de fístulas anais de origem criptogênica com acompanhamento de mediana de 12 meses foram elegíveis. Estudos incompletos, relatos de casos, revisões, resumos, cartas, comunicação breve, comentários e estudos que não preenchiam os critérios de inclusão foram excluídos. O desfecho primário foi medir a cicatrização primária, a cicatrização geral, falhas e recorrência do procedimento de ligadura do trato da fístula interesfincteriana e suas modificações. Resultados: Vinte e dois estudos foram identificados com apenas dez estudos atendendo aos critérios de inclusão. A ligadura original do trato da fístula interesfincteriana foi realizada em cinco estudos com uma população de 199 pacientes, enquanto os cinco estudos restantes apresentaram quatro modificações diferentes da ligadura do trato da fístula interesfincteriana com um total de 147 pacientes. Tanto o LIFT original quanto suas modificações têm resultados promissores e desfechos potencialmente semelhantes; cicatrização primária na ligadura original do trato da fístula interesfincteriana de 73,95% (IC 95% 60,3-85,6) menos realizada que as modificações de 82,3% (IC 95% 64,8-94,7). Cicatrização geral na ligadura original do trato da fístula interesfincteriana de 78,9% (IC 95% 58,5-93,7) realizada relativamente menos do que as modificações (93,6%, IC 95% 81,4-99,6). A falha na ligadura original do trato da fístula interesfincteriana (17,9%; IC 95% 4,9-36,5) realizada quase tanto quanto as modificações (17,7%; IC 95% 5,3-35,2). Recidiva na ligadura original do trato da fístula interesfincteriana em 9,7% (IC 95% 1,7-23,2). No entanto, não houve recorrência nas modificações. Conclusão: A ligadura do trato da fístula interesfincteriana e suas modificações são procedimentos eficazes e simples no tratamento de fístulas anais simples, especialmente as transesfincterianas altas. No entanto, mais estudos devem ser realizados para avaliar sua eficácia em relação às fístulas complexas.

ABSTRACT Purpose: Treatment of anal fistulae is regarded as a challenge due to the diverse nature of this disease and its countless complications. Ligation of the intersphincteric fistula tract procedure and its modifications have been popularized among many surgeons worldwide due to their simplicity and promising outcomes. The main purpose of this article was to conduct a comprehensives review of the published literature on ligation of the intersphincteric fistula tract procedure and its modifications. Method: PubMed, the Cochrane database and Ovid were searched from January 2007 to June 2017. Fully published peer-reviewed studies which applied ligation of the intersphincteric fistula tract procedure and its modifications for the treatment of anal fistulae of cryptogenic origin with follow-up of median 12 months were eligible. Uncompleted studies, case reports, reviews, abstracts, letters, short communication, comments, and studies which did not fulfill inclusion criteria were excluded. The primary outcome was to measure primary healing, overall healing, failure, and recurrence of ligation of the intersphincteric fistula tract procedure and its modifications. Results: Twenty-two studies were identified with only ten studies meeting criteria of inclusion. Original ligation of the intersphincteric fistula tract was performed in five studies with a population of 199 patients while the remaining five studies showed four different modifications of the ligation of the intersphincteric fistula tract with a total number of 147 patients. Both original LIFT and its modifications have promising as well as potentially similar outcomes; primary healing in the original ligation of the intersphincteric fistula tract (73.95%) (95% CI 60.3-85.6) performed less than the modifications (82.3%) (95% CI 64.8-94.7). Overall healing in the original ligation of the intersphincteric fistula tract (78.9%) (95% CI 58.5-93.7) performed relatively less than in the modifications (93.6%) (95% CI 81.4-99.6). Failure in the original ligation of the intersphincteric fistula tract (17.9%) (95% CI 4.9-36.5) performed almost the same as the modifications (17.7%) (95% CI 5.3-35.2). Recurrence in the original ligation of the intersphincteric fistula tract was 9.7% (95% CI 1.7-23.2). However, there was no recurrence in the modifications. Conclusion: Ligation of the intersphincteric fistula tract and its modifications are effective and simple procedures in treating simple anal fistulae, especially high transsphincteric ones. However, more trials should be performed to evaluate its effectiveness regarding complex fistulae.